Voilà! Consultores franceses divulgaram ontem (28/09) os primeiros resultados do Plano Ar, Clima e Energia (Pace), fruto de um projeto de cooperação de 16 meses, iniciado em março de 2010, entre a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e o governo da França. Há pelo menos dez anos o problema da poluição atmosférica vem sendo jogado para debaixo do tapete.
Os consultores franceses, com apoio dos técnicos da Fepam e de outras instituições e empresas, fizeram uma auditoria na Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar, que há tempos deixou de funcionar. Na apresentação do trabalho, Olivier Decherf apresentou um gráfico (trágico) que mostra a queda na disponibilidade dos dados desde 2001, quando terminou o Pró-Guaíba, programa que financiou a instalação dos equipamentos.
Outra novidade apresentada foi o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Rio Grande do Sul, ano base 2005. A agricultura é responsável por 67,7% das emissões. No entanto, as emissões das usinas termoelétricas (carvão) não foram consideradas sob a alegação que geram energia para todo o Brasil, e por isso deveriam constar apenas do inventário nacional.
Se for isso mesmo, tudo bem. O argumento é questionável, mas não é absurdo. Assistindo a apresentação, cercado de franceses, fiquei desconfiado. Será que deixaram de fora as emissões do carvão para aliviar o setor de atuação da Tractebel, empresa de energia pertencente ao grupo franco-belga GDF SUEZ? Desconfianças à parte, o Pace recoloca o tema da poluição atmosférica em pauta. Confira a síntese dos primeiros resultados no PDF a seguir. Au revoir.