Em Hiroshima foi assim…

Atônito com as notícias que chegam do Japão desde a sexta-feira passada, reli nos últimos dias o livro Hiroshima, de John Hersey, que descreve o horror da bomba atômica a partir da experiência de seis sobreviventes. Fiquei ainda mais aparvalhado com os riscos da fissão nuclear. Alguns trechos da reportagem, publicada em 1946, considerada uma das mais importantes do século 20: Continuar lendo Em Hiroshima foi assim…

A ameaça invisível da radiação

Roberto Villar Belmonte*

A principal ameaça ambiental ao planeta não são os alimentos contaminados nem as doenças infecciosas que tendem a proliferar mais rapidamente com o aquecimento global, mas os resíduos dos reatores nucleares e dos mísseis contaminados com urânio, alerta Asaf Durakovic, diretor do Uranium Medical Research Center (UMRC) com sede em Washington, nos Estados Unidos. Continuar lendo A ameaça invisível da radiação

A coesão textual frente à regra jornalística da não-repetição de palavras

A coesão textual frente à regra jornalística da não-repetição de palavras[1]

Roberto Villar Belmonte[2]

Resumo: A partir do exame do texto de quatro reportagens premiadas sobre a biodiversidade da Mata Atlântica, este artigo mostra como a repetição de palavras aparece em textos considerados de excelência. A redação jornalística é aqui analisada através da ótica da Lingüística Textual e da Lingüística de Corpus. A observação estatística do corpus foi feita com apoio do programa WordSmith Tools. O padrão revelado pelas estatísticas indica que a repetição de palavras não é um fenômeno aleatório e que, portanto, a regra de redação jornalística que desaconselha as repetições pode ser relativizada. Continuar lendo A coesão textual frente à regra jornalística da não-repetição de palavras

Já somos ciborgues?

Há tempos penso que em parte sim. Me convenci após ler o The Cyborg Handbook, editado por Chris Gray em 1995, um livrão que encontrei ainda fresquinho durante um congresso de jornalismo ambiental no MIT. Agora acabo de ler uma reflexão fora de série sobre esse imaginário tecnológico escrita em 2007 por Barbara Nickel no curso de mestrado em Comunicação Social da PUCRS. A dissertação dela – Faces do Eu Ciborgue: Elementos para o Estudo do Imaginário Tecnológico Contemporâneo em Mitchell, Warwick, Mann e Chorost – está disponível no link http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=658 . Ela foi orientada pelo Francisco Rüdiger, um dos primeiros a fazer uma crítica contundente sobre o tema, relendo Nietzsche e Heidegger, em Elementos para a Crítica da Cibercultura (Hacker Editores, 2002).

Arroz, el alimento de Panamá

Por Roberto Villar Belmonte

Panamá es el segundo país más competitivo de América Latina, según el último informe del Foro Económico Mundial. Queda solamente atrás de Chile. Las principales ventajas señaladas por el reporte son el mercado financiero, la infraestructura, sobretodo portuaria y aeroportuaria, la estabilidad macroeconómica y la absorción de tecnología. En las plantaciones de arroz, base de la alimentación de los panameños, los últimos siete años se adoptaron nuevas tecnologías lo cual aumentó el promedio de rendimiento de 80 a 100 quintales/ha (3.600 para 4.500 kg/ha), informa Alberto Martinelli, 45 años, presidente de la Asociación Nacional de Molineros. Continuar lendo Arroz, el alimento de Panamá

Arroz biodinâmico de alta produtividade

Por Roberto Villar Belmonte

O arroz biodinâmico Volkmann produzido na Planície Costeira Interna do Rio Grande do Sul sem agrotóxicos, adubos químicos ou conservantes foi o primeiro a ser certificado no Brasil. Os grãos – colhidos em 280 parcelas irrigadas de alta produtividade – são vendidos (em casca, integral ou polido) para mais de 20 estados brasileiros, e também exportados para os Estados Unidos, Nova Zelândia, Alemanha, Bolívia e Uruguai.

João Batista, 51 anos, e Helena Volkmann, 49 anos, vendem arroz biodinâmico beneficiado e embalado a vácuo na própria fazenda – Crédito fotos: Nilson Konrad

 

A jornada de trabalho na Fazenda Capão Alto das Criúvas inicia com uma celebração coletiva à vida. Todos os dias o Engenheiro Agrônomo João Volkmann e sua esposa Helena se reúnem com os funcionários por volta das 7h30min para compartilhar o que cada um deles fez no dia anterior nos 567 hectares da propriedade localizada em Sentinela do Sul, na região Sudeste gaúcha, e planejar os afazeres do dia que começa. Continuar lendo Arroz biodinâmico de alta produtividade

Plástico esverdeado

Verde que te quero… “verde?” É o título da reportagem sobre o plástico esverdeado da Braskem que acabo de publicar no jornal Extra Classe do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro RS). Começa assim a matéria:

O festejado plástico “verde” reduz emissão de dióxido de carbono nos estados produtores de cana-de-açúcar, mas aumenta a emissão de poluentes na Região Metropolitana de Porto Alegre

A nova planta de eteno “verde” da Braskem, inaugurada no dia 24 de setembro pelo Presidente da República, foi instalada no Polo Petroquímico de Triunfo com um financiamento de R$ 555,6 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e licenciada em tempo recorde pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O órgão ambiental do Rio Grande do Sul não exigiu a apresentação de Estudo e de Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), pois considerou o local propício à atividade. A decisão, que acelerou o processo de licenciamento, impediu a discussão pública sobre o empreendimento.

A reportagem está disponível no link:  http://www.sinprors.org.br/extraclasse/nov10/ambiente.asp

Bicicleta é prioridade na Costa Rica

Ciclovia na cidade rural de Upala

Cruzei de carro o Panamá e a Costa Rica, de cabo a rabo. Na Costa Rica, há mais florestas preservas e as pessoas são mais latinas. No Panamá a presença dos Estados Unidos deixou marcas no povo. As pessoas são mais americanizadas, menos calientes. Na Costa Rica não tem exército, a indústria do turismo é mais desenvolvida e a consciência ecológica também. A bicicleta é realmente respeitada pelos motoristas. Até em Upala, uma pequena cidade rural perto da fronteira com a Nicarágua, tem ciclovia (foto). No sábado, 23/10, estive em Cartago, perto da capital San Jose, e vi centenas de ciclistas pedalando em direção ao vulcão Turrialba, um dos três em atividade na Costa Rica. É programa de fim de semana. E quando descem, morro a baixo, em alta velocidade, tem a preferência no trânsito. Fiquei impressioinado. No Brasil, seria morte na certa.