Deputados aprovam plano que pode estancar desmonte do órgão ambiental do Rio Grande do Sul

A Assembleia Legislativa gaúcha aprovou por unanimidade (45×0) nesta quinta-feira, 26 de dezembro, o Projeto de Lei no 389/2013 que institui o Plano de Empregos, Funções e Salários da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam).  A votação, realizada em sessão extraordinária, viabiliza a realização de concurso público ainda no primeiro semestre de 2014, o que pode estancar o desmonte do órgão ambiental do Rio Grande do Sul.

Por Roberto Villar Belmonte

A Fepam passa a ter uma matriz salarial com 20 níveis para cada um dos três tipos de empregos permanentes, assim distribuídos: 534 analistas de nível superior (com salários que vão de R$ 4.823,34 a R$ 9.647,03), 77 agentes técnicos de nível médio (R$ 2.125,47 a R$ 4.251,09) e 160 agentes administrativos também de nível médio (R$ 1.802,55 a R$ 3.605,23). Um Adicional de Incentivo à Capacitação também foi aprovado com percentual que varia entre 10% e 40% (doutorado).

Funcionários da Fepam (à esquerda) acompanharam votação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
Funcionários da Fepam (à esquerda) acompanharam votação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul

As Funções em Comissão (FC I, II e III) só poderão ser assumidas por funcionários do quadro: chefe de departamento (sete), chefe de divisão (26), gerente regional (10), chefe de serviço (28) e coordenador de programa (10). Outra novidade é que apenas nove empregos em comissão, conhecidos como cargos de confiança ou políticos, estão previstos: um chefe de gabinete, um coordenador de assessoria de imprensa, um coordenador de assessoria jurídica e seis assessores.

Plano de Empregos, Funções e Salários da Fepam aprovado por 45 x 0 na sessão extraordinária da Assembleia Legislativa do RS realizada no dia 26 de dezembro de 2013
Plano de Empregos, Funções e Salários da Fepam aprovado por 45 x 0 na sessão extraordinária da Assembleia Legislativa do RS realizada no dia 26 de dezembro de 2013

Segundo a estimativa do governo estadual informada ao poder legislativo, o impacto orçamentário-financeiro do aumento da despesa com pessoal em função do novo Plano de Empregos, Funções e Salários da Fepam será de R$ 9,4 milhões ao ano. Este plano, aprovado por unanimidade e em tempo recorde na Assembleia Legislativa, já é resultado do trabalho de Nilvo Silva, que aceitou o convite do governador Tarso Genro e assumiu a presidência do órgão no meio do ano. Continuar lendo Deputados aprovam plano que pode estancar desmonte do órgão ambiental do Rio Grande do Sul

MEIO AMBIENTE Será mesmo prioridade?

Operação Concutare da Polícia Federal escancara fragilidade dos órgãos ambientais e governos reagem prometendo apoio ao meio ambiente. Até quando? Em entrevista exclusiva, novo presidente da Fepam, Nilvo Silva, avisa que não “existe salvar da pátria” e pede “o apoio de todos os setores”. Reportagem publicada na edição de junho do jornal Extra Classe, do Sinpro/RS, que começa a circular hoje. Por Roberto Villar Belmonte Continuar lendo MEIO AMBIENTE Será mesmo prioridade?

“A gente sempre acaba enxergando a questão ambiental com este viés egoísta”

A reestruturação dos órgãos ambientais do Rio Grande do Sul era para ser o assunto principal da segunda reunião da Câmara Temática de Meio Ambiente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, realizada nesta segunda-feira, 3 de junho, em Porto Alegre (RS), mas a maioria dos conselheiros presentes optou por defender o seu assado. (Por Roberto Villar Belmonte) Continuar lendo “A gente sempre acaba enxergando a questão ambiental com este viés egoísta”

Licença para poluir

Grupo chileno reaproveita licença de instalação concedida pela Fepam há quase cinco anos e retoma quadruplicação da Celulose Riograndense sem debate ambiental

A decisão de retomar o projeto de quadruplicação da fábrica de celulose de Guaíba (RS), anunciada pelo conselho diretor da Compañia Manufacturera de Papeles e Cartones no dia 6 de dezembro de 2012 no Chile, foi noticiada pela imprensa gaúcha como um presente de natal antecipado para o Rio Grande do Sul. Trata-se da ex-Borregard, que também já foi Riocell, que já foi da Klabin, que já foi da Aracruz, que já foi da Fibria (que quase quebrou em 2008), e desde dezembro de 2009 é dos chilenos e passou a se chamar CMPC Celulose Riograndense.

Por Roberto Villar Belmonte

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Jornal Extra Classe / Março de 2013 / Porto Alegre, RS / Brasil

 

No dia 12 de dezembro, a Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (Apedema/RS) divulgou carta aberta endereçada ao governador Tarso Genro questionando a obra: “Estamos lidando com um voo no escuro, tanto do ponto de vista ambiental como econômico”. Os ecologistas, no entanto, não se deram conta que se tratava de um fato consumado. O empreendimento será retomado com o licenciamento obtido em 2008 pela Aracruz. Legalmente, os chilenos já tem a licença de que precisam. Sem passar previamente por qualquer debate público sobre o aumento da poluição. Continuar lendo Licença para poluir