Licença para poluir

Grupo chileno reaproveita licença de instalação concedida pela Fepam há quase cinco anos e retoma quadruplicação da Celulose Riograndense sem debate ambiental

A decisão de retomar o projeto de quadruplicação da fábrica de celulose de Guaíba (RS), anunciada pelo conselho diretor da Compañia Manufacturera de Papeles e Cartones no dia 6 de dezembro de 2012 no Chile, foi noticiada pela imprensa gaúcha como um presente de natal antecipado para o Rio Grande do Sul. Trata-se da ex-Borregard, que também já foi Riocell, que já foi da Klabin, que já foi da Aracruz, que já foi da Fibria (que quase quebrou em 2008), e desde dezembro de 2009 é dos chilenos e passou a se chamar CMPC Celulose Riograndense.

Por Roberto Villar Belmonte

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Jornal Extra Classe / Março de 2013 / Porto Alegre, RS / Brasil

 

No dia 12 de dezembro, a Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (Apedema/RS) divulgou carta aberta endereçada ao governador Tarso Genro questionando a obra: “Estamos lidando com um voo no escuro, tanto do ponto de vista ambiental como econômico”. Os ecologistas, no entanto, não se deram conta que se tratava de um fato consumado. O empreendimento será retomado com o licenciamento obtido em 2008 pela Aracruz. Legalmente, os chilenos já tem a licença de que precisam. Sem passar previamente por qualquer debate público sobre o aumento da poluição. Continuar lendo Licença para poluir