Cambas e collas: é possível um viver bem sem o outro?

 Roberto Villar Belmonte*

“Existem cinquenta tons de verde”, constatou a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira na abertura do V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, realizado em outubro de 2013 em Brasília (DF), em referência bem humorada ao best seller “Cinquenta tons de cinza” da escritora inglesa Erika Leonard. Talvez eu já tenha encontrado bem mais do que cinquenta tons de verde desde 1991, quando comecei, como jornalista profissional, a acompanhar os debates que envolvem o meio ambiente. O que aparentemente seria uma boa coisa, pois, em tese, quanto mais pontos de vista melhor. O problema é que, na prática, os tons de verde, por mais incrível que possa parecer, costumam não apenas destoar entre si, mas também buscam sempre que podem ofuscar uns aos outros. As divergências viram regra, as convergências exceção. Não raro os mais de cinquenta tons de verde cristalizam-se em torno de apenas duas pobres tonalidades, ranzinzas, sectárias, geralmente intolerantes. Continuar lendo Cambas e collas: é possível um viver bem sem o outro?